Por que as joias roubadas do Louvre não tinham seguro?
Fonte: Sonho Seguro Por Denise Bueno
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Ladrões roubaram objetos avaliados em mais de R$ 500 milhões, mas museu não será indenizado pela perda
Por Liz Alderman, The New York Times — Paris
Havia tiaras, brincos e colares cravejados de diamantes, safiras e esmeraldas. Mas, quando ladrões invadiram o Museu do Louvre em um ousado assalto no último fim de semana, roubando as joias da coroa pertencentes à Imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III, o que eles levaram era algo inestimável: uma parte do patrimônio da França que jamais poderá ser substituída. Ainda assim, o Louvre estimou o valor do roubo: impressionantes € 88 milhões, ou cerca de R$ 550 milhões. Mas o museu não será indenizado pela perda. Descobriu-se que nenhum dos itens reais estava segurado.
Custo enorme
Quando os ladrões escalaram uma escada mecânica até o segundo andar do Louvre e invadiram a Galeria Apollo, onde as joias reais estavam expostas no domingo, eles, essencialmente, entraram em um prédio do governo que abriga tesouros pertencentes ao Estado francês.
A maioria dos museus franceses possui seguro, mas o Estado atua como seu próprio segurador nos maiores, incluindo o Louvre. Segundo Nicolas Kaddeche, diretor técnico da Hiscox Assurances France — uma das líderes no mercado de seguros para museus —, nenhum seguro privado foi contratado para as joias ou para qualquer parte das coleções permanentes do Louvre.
O motivo? Os prêmios de seguro seriam proibitivamente caros — mais altos até que o custo de investir em vigilância e manter uma equipe de segurança, mesmo para o Louvre, que tem até seu próprio corpo de bombeiros interno.
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Como o maior museu do mundo, o Louvre possui um catálogo que inclui, claro, a Mona Lisa, a Vênus de Milo e mais de 35 mil obras de arte em exposição ao longo de 13 quilômetros de corredores — sem contar outras 500 mil peças registradas em seus bancos de dados.
Segurar obras de arte tão valiosas poderia custar bilhões de euros em prêmios de seguro por ano. Mesmo se o Louvre decidisse segurar partes do museu contra, por exemplo, o risco de incêndio, os valores seriam gigantescos.
“O Louvre representa uma acumulação excepcional de ativos em um único endereço, o que o torna muito mais difícil de segurar do que um museu menor”, disse Kaddeche. Ele acrescentou que, economicamente, era mais vantajoso para o governo assumir o risco e atuar como seu próprio segurador — o mesmo aconteceu com a Catedral de Notre-Dame.
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Embora o Louvre tenha um histórico de preocupações com segurança, com orçamentos apertados, os museus sempre vão priorizar melhorar os sistemas de segurança em vez de contratar seguros.
Peter Keller, diretor-curador do Musée de la Légion d’Honneur em Paris, afirmou que, se os museus quisessem manter os itens realmente seguros, poderiam simplesmente retirá-los de exibição, mas isso seria apenas uma solução temporária.
“Todo mundo precisa investir mais”, disse ele. “Os criminosos são inovadores, e precisamos reagir e melhorar nossos sistemas de segurança.”
Tesouros Nacionais
Na França, dois fatores são cruciais quando se trata de seguro de obras de arte: quem é o dono das obras e onde elas estão expostas.
O roubo ocorrido no Louvre no domingo envolveu peças adquiridas pelo governo para as coleções nacionais. Isso significa que as joias da coroa estão sob a proteção do código do patrimônio francês, uma lei nacional que proíbe sua venda, doação ou transferência.
Isso, por sua vez, as coloca fora do escopo dos contratos tradicionais de seguro, segundo Irène Barnouin, diretora de vendas e técnica para arte e clientes privados na WTW France, uma empresa de corretagem.
Uma situação parecida existe nos Estados Unidos, onde a coleção permanente de museus como o Smithsonian é de propriedade do governo, que é considerado o segurador de última instância. Tesouros nacionais, como a Declaração de Independência, são considerados inestimáveis. Caso ocorra uma catástrofe, o Congresso poderia aprovar um repasse especial para ajudar a cobrir a perda.
Quando o seguro é necessário
Sempre que alguma obra do Louvre é transportada, um seguro específico é exigido. Tirar uma pintura ou objeto de sua exposição e enviá-lo a outro local é considerado “estruturalmente arriscado”, de acordo com o Ministério da Cultura da França.
O ministério chegou a cogitar transportar a Mona Lisa para o museu-irmão do Louvre, em Lens, no norte da França, por três meses em 2018. Mas, ao estimar o custo do seguro em quase € 35 milhões, decidiram manter a Mona Lisa em sua vitrine à prova de balas.
Museus nacionais na França, assim como nos Estados Unidos, também contratam seguro para exposições temporárias realizadas nas próprias dependências.
Joias insuperáveis
Sem dúvida, o Louvre perdeu muito com o roubo das joias da coroa. Elas são insubstituíveis como símbolo da História francesa, mas o valor do seguro poderia, por exemplo, cobrir a criação de uma nova exibição ou aquisição de outras obras de arte, afirmou Kaddeche.
Mas, mesmo que o Louvre tivesse recebido os € 88 milhões em indenização, “você jamais teria a mesma peça de volta”, completou Barnouin. “Porque toda a história que esse objeto carrega com ele está perdida.”
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